sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A Sobrevivente do Massacre - Capítulo Quatro

Notas Iniciais do Capítulo:
Boa leitura ^.^

Capítulo Quatro: Mais Sonhos


Semanas se passaram e tudo estava bom demais. Quer dizer, nenhuma garota gosta de mim, tirando Hinata (que é um amor), mas eu estou tão feliz com o Sasuke-kun...
Falando nele, eu estou esperando-o voltar de uma missão. E treinando para passar esse tempo.
Mais alguns minutos e...
– Treinando sozinha, hein. – Era Kakashi.
Eu me virei. Todo o time sete estava lá. 
Guardei minha katana.
– Estou tentando melhorar.
Sakura me olhava com raiva. Ela também gosta do Sasuke-kun (todas da cidade gostavam dele, menos Hinata que é um amor de pessoa, como eu já disse). Sorri para Sasuke e ele retribuiu, deixando Sakura mais irada.
Não, eu não queria que a Sakura me odiasse e não estava querendo irritá-la, mas se fosse fazer o que queria quando visse Sasuke, aí sim ela ia me odiar de verdade.
– Você treina muito. Deveria descansar mais. – me aconselhou Kakashi.
Ele estava preocupado comigo. Eu não me lembrava de ninguém se preocupar comigo há anos!
– Você pode ser uma jounnin, mas ainda é uma criança.
Será? Depois de tudo aquilo eu ainda era uma criança?
– Vou tentar. – prometi.
Como o time todo tinha que ir falar com o Hokage depois de uma missão, eu aproveitei para ir pra casa.
Depois de tomar um banho e me vestir, eu sentei no chão. Kakashi havia me dado o que pensar.
Eu sempre havia pensando em meu pai como alguém que me odiava. Pelo menos ele era meu pai e eu podia contar com ele quando precisava de ajuda com jutsus. Eu sentia sua falta apesar de tudo.
E minha mãe... Gostaria de lembrar-me do som da sua voz, seu rosto quando me viu pela primeira vez e sentir seu afeto... Eu nem a conhecia e a amava muito.
Eu havia chorado tantas vezes por não ter ninguém para cuidar de mim. Tive que achar essa pessoa em mim mesma e acabei perdendo a criança. Nunca mais tive medo ou quis fugir depois disso. Tive que me tornar minha mãe, meu pai e me proteger. Perdi a criança na tragédia do passado.
Levantei-me, guardando as fotos na caixa.
Meu bichinho de estimação entrou na sala.
– Tora. – eu disse, pegando-a no colo.
Tora é uma tigresa filhote. Ela perdeu os pais como eu. Eu a encontrei antes de ser presa por "caçadoras", ironicamente minhas colegas de time.
Seus pelos laranjas e pretos brilhavam, assim como suas pequenas presas e garras.
Ela parecia entender que eu precisava de um abraço. E entendia claro. Eu também a entendia. Era como se tivesse nascido para lidar com ela e ela comigo.
Minutos depois estava andando por Konoha. Encontraria Sasuke no nosso lugar, onde aconteceu nosso primeiro beijo oficial.
– Oi. – ele me cumprimentou quando apareci.
– Oi. - Beijei-o.
– Você está bem?
– Estou. E você?
– Bem. Descobriu algo? 
Eu me sentava. Ele falava da família da minha mãe.
– Não. Ninguém me diz nada.
***
À noite tive um pesadelo. Uma lembrança, na verdade.

– Pai, onde vai me levar? - perguntei.
– Um lugar. - respondeu e eu revirei os olhos.
Por que o Senhor Makoto tem que ser assim?
Chegamos à um lugar na floresta.
– Vou fazer isso pelo seu bem. - afirmou e prendeu meus braços com só uma mão.
– Pai! O que está fazendo? - gritei quando ele pegou um ferro, com o símbolo Uchiha, provavelmente quente.
Meu pai não respondia, não me olhava nos olhos. Só encostou o ferro no meu braço direito e eu gritei até não poder mais. Era quente e doloroso demais. Queimava minha pele.
Ele não parecia escutar.
Retirou o ferro cinco segundos depois, mas pra mim havia sido uma eternidade.
Me soltou e eu escorreguei da árvore até o chão. Não conseguia nem respirar direito, quanto mais falar.
Acho que desmaiei ali mesmo, não lembro. Só sentia algo: ódio, um ódio grande demais para uma criança ter.

No dia seguinte...

Eu estava treinando novamente, um treino pesado. Não conseguia parar. Não podia descansar. O sonho que eu havia tido só havia recordado tudo. Só havia me feito relembrar toda a dor.
Depois fui pra casa, me arrumei e andei até a floresta. A árvore com o símbolo Uchiha era o mais próximo que eu tinha da minha infância. Era a lembrança do meu pai vivo... Era a lembrança da criança que eu era, tão parecida com a minha mãe.
Eu me deitei olhando o símbolo. 
Algo molhado escorreu pelo meu rosto e depois outro e outro. Não estava chorando. A chuva caía no meu rosto. E encharcava meu cabelo, mas eu não conseguia me mover. Eu estava cansada demais e triste demais.
 Meus olhos se fecharam. E sonhei com algo muito bom.
***
Era minha mãe correndo em um campo florido e sorrindo. Seu vestido era branco, ela parecia uma princesa. E lá estava meu pai também. Ele estava correndo atrás dela, também sorria. 
Um casal feliz, eu diria. Podia se ver o amor dos dois. Tão jovens e apaixonados. Lembrava-me um casal de namorados que eu conhecia.
Ela parou de correr. Ele a alcançou e lhe deu um abraço e um beijo.
– Eu tenho que lhe dizer algo. – ela expôs. Sua voz era uma melodia, assim como se espera de uma princesa.
Ele esperou que dissesse, mas ela não disse. Somente pegou a mão dele e a colocou sobre a barriga. O sorriso dela ficou ainda mais iluminado.
– Você... – ele parou de falar.
Eu esperava que ele ficasse bravo, brigasse, mas não... Ele sorriu e abraçou minha mãe.
– Quero que cuide dela. – ela pediu.
– É uma menina? – Ele estava tão feliz!
– É o que acho. – sussurrou.
Eu senti a imagem sumir. 

Me sentia aquecida, parecia que alguém me abraçava... E aquele cheiro... Eu devia estar sonhando de novo, mas por que não via seu rosto?
– Sasuke. – chamei e senti uma mão alisar meu rosto. Não parecia um sonho.
– Estou aqui. Abra os olhos.
Abri os olhos. E, sim, ele estava lá, olhando-me preocupado.
Ele me abraçava. Me aconcheguei mais em seus braços.
– Você está bem? – perguntou.
– Sim. 
– Eu não a encontrei no treino e nem no nosso lugar, então fui à sua casa. Tora me ajudou a achá-la. O que estava fazendo aqui?
Eu pensei no motivo por estar ali.
– Eu queria lembrar a minha infância. E acabei dormindo.
– Eu a encontrei na chuva.
– Eu vi a chuva, mas não consegui desviar. Kakashi tem razão. Devo treinar menos.
– Você deve dormir. – repreende. - Vou levá-la pra casa.
– Não. - discordei. - Eu quero ficar com você.
Ele riu.
– Só depois que você descansar.
Assim eu tive que levantar e começar a andar. Sasuke estava com uma das mãos na minha cintura, me apoiando. Eu podia andar sem apoio, mas não ia reclamar.
Estava tão cansada que caí no sofá e não levantei mais.
Eu acordei. Estava coberta e deitada na minha cama. Por que eu estava na cama?
– Ahn? - murmurei, olhando para Tora que cochilava aos pés da cama.
Tora não tinha força para me trazer pra cama e nem conseguiria me embrulhar. Hum, então ele tinha me colocado lá.
Me levantei e percebi que devia ser hora do almoço, pela posição do Sol. Olhei no espelho. Penteei meu cabelo, escovei os dentes e coloquei outra roupa: era um vestido preto, na altura dos joelhos. Eu geralmente não usava vestido, mas já que não teria missões hoje... Meu cabelo estava solto deixando minha franja ainda maior.
Era triste perceber o quanto me parecia com minha mãe. Eu pintaria o cabelo de azul se pudesse não se lembrar dela toda vez que visse meu reflexo. Mas não podia fazer nada sobre os olhos, o rosto e tudo mais.
Droga, o treino me havia feito perder o dia com o Sasuke, ou boa parte do dia. Era o que eu pensava até chegar à sala. 
Congelei assim que vi aquela cena. Ele estava no meu sofá. Ah, como era lindo dormindo...
Eu peguei uma coberta e fui até o sofá embrulhá-lo. Ele parecia irreal.
Fui à cozinha procurando algo para almoçar.
Tora logo acordou da soneca e veio até a cozinha seguindo o cheiro.
– O que acha? - perguntei.
– Ótimo! - Aquela voz!
Sorri enquanto olhava na direção da voz.
Sasuke veio até mim e me beijou.
– Você vai ficar comigo? - perguntei.
– Claro. - Ele inspirou o ar. - Tem um cheiro bom.
– Ah, isso eu também tive que aprender na academia. - garanti.


***

Notas Finais do Capítulo:
Gostaram? Logo o capítulo cinco!


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