segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A Sobrevivente do Massacre - Capítulo Um


Notas Iniciais do Capítulo:
 Primeiro capítulo ^.^

Capítulo Um: Voltando para Konoha




Cinco anos depois...


Acordei me sentindo confusa e feliz ao mesmo tempo. Finalmente eu poderia voltar para a minha vila: Konoha. E eu estava feliz por estar perto de reencontrá-lo.
Tomei um banho e coloquei minha roupa: uma blusa rastão preta, que tem meu hitaiate, com mangas curtas, um short preto e uma capa sem mangas preta (e com bolsos) com o símbolo Uchiha nas costas. Usava sandálias pretas.
Ainda tenho a katana do meu pai. Ajuda-me a lembrar de que já tive uma família, por mais torta que tenha sido.
Agora meus cabelos estavam batendo um pouco abaixo dos ombros. Eu o prendia em um rabo e deixava a franja (geralmente fica assim porque meu hitaiate não é amarrado). Devo dizer que cresci muito esses anos, tanto em tamanho como em força.
– Já vai? - perguntou minha sensei.
– Já. Ia me despedir de você, Akemi-sensei.
Ela sorriu.
– Boa sorte. - disse.
– Obrigada... E adeus, sensei. - Passei pela porta.
Nunca mais voltaria naquela academia. Nunca mais.
***
Eu estava quase chegando, mas senti dores no pescoço. Era a minha marca de “nascença” queimando de novo.
A dor só piorava, então parei e encostei-me em uma árvore. Em segundos eu estava sentada, tentando repreender os gritos e o choro. Consegui repreendê-los, mas acabei desmaiando. 
A inconsciência era pior do que a realidade. Um lugar totalmente escuro e solitário.
– Uma Uchiha. - ouvi um homem dizer.
– Ela está viva. - Era uma voz conhecida, só não conseguia lembrar-me de onde.
Minha consciência voltava lentamente.
– Você a conhece? - perguntou a primeira voz.
– Sim. - reconheci a voz.
Eu abri os olhos. Ainda sentia dor, mas não era tanta.
Vi primeiro o homem, um jounin chamado Kakashi (eu já tinha ouvido falar dele), depois uma garota de cabelo rosa, um garoto louro e por último o vi... Sasuke estava ali, na minha frente depois de tantos anos.
– Você está bem? - perguntou Kakashi.
– Não muito. - respondi.
– Está ferida?
– Não.
– Qual o seu nome?
– Uchiha... Naomi. - Meu nome era um pesadelo para mim.
– Oh... - Kakashi se interrompeu vendo a foto que estava do meu lado.
– Minha mãe - disse, pegando a foto e a guardando no bolso.
Minha mãe era muito parecida comigo, só que ela era loura. Mas os olhos castanhos, a cor branca da pele, as feições do rosto... Basicamente eu só tinha o cabelo preto do meu pai, só a cor mesmo. Não usava a bandana na testa justamente para ficar diferente dela, deixando a franja.
Levantei-me com a ajuda de Kakashi.
– Você está viva. - Sasuke sussurrou. - Como?
– Não posso explicar aqui. Depois lhe explico tudo.
Nós começamos a correr pra vila. Segundos se passaram até que o garoto louro disse:
– Ei, ei! Você é uma genin? - Ele parecia bem curioso.
– Não.
– Então o que você é?
– Hum... Sou uma jounin.
– O quê?! Você tem a nossa idade!
– Não se deve avaliar alguém pela idade, garoto.
– Nós acabamos de sair do teste do Kakashi-sensei. Agora somos genin e podemos fazer missões... E você já é uma jounin!
Agora nós estávamos na vila.
– Tenho falar com o Hokage. - eu disse e me virei para Sasuke. - Falo com você depois. - E sumi.
***
Falar com o Hokage foi tão estranho. Eu não o via há muito tempo e ele havia me ajudado naquela época...
– Naomi - disse, surpreso.
– Hokage-sama. - disse.
– Se está aqui é porque já se formou uma jounin.
– Sim. Obrigada, Hokage-sama. - falei, de coração. - Eu precisava de um tempo longe.
– Não foi nada... Só estou fazendo o meu trabalho. - Ele riu. Com certeza era a única imagem que eu tinha de um avô.
– Quando posso começar as minhas missões? - perguntei.
– Mas já? Acabou de chegar! Aproveite um pouco a vila.
Lembrei-me de Sasuke.
– É. Realmente tenho um assunto pra resolver... Até mais, Hokage-sama. - Saí pela porta.
Andei pelas ruas de Konoha, tudo tão parecido com antes.
Finalmente cheguei à minha casa (minha antiga casa). Sentei-me na frente da janela.
O que diria a Sasuke?
Resolvi sair para procurá-lo. Devia estar em casa, não?
Cheguei rápido lá. Bati na porta.
– Sasuke, estou pronta para contar a minha história. - Sasuke estava do meu lado. Me virei pra ele. - Siga-me.
Eu andava num ritmo não muito rápido (porque havia andado horas) e ele me acompanhava. Fomos até um lugar onde treinava quando pequena.
Toquei a árvore com o símbolo Uchiha.
– Foi aqui que meu pai me castigou. -sussurrei. - Percebi nesse dia o quanto ele me odiava.
– Você deve odiá-lo.
Eu tirei minha capa e a coloquei no chão. A cicatriz com o símbolo Uchiha no meu braço era igual a da árvore.
– Não. - respondi, surpreendendo Sasuke. Eu me sentei em cima da capa. - Já o odiei muito. - Sasuke se sentou ao meu lado. - Já quis matá-lo... Percebi o quanto aquilo era errado. Aquela vontade fazia com que esse maldito selo doesse mais. - Passei a mão no pescoço. -Tentei me controlar mais e o selo chegou a ser menos doloroso. - Peguei a foto da minha mãe no bolso e lhe entreguei. - Quando cheguei em casa naquele dia, Sasuke, meu pai ainda estava vivo, morrendo aos poucos. Não vou dizer que fiquei triste, mas senti pena, até chorei. E ele me deu dois presentes. - Apontei para a foto. - O primeiro foi a foto, como um pedido de desculpas. - Parei, fechando os olhos.
– E o segundo?
Eu abri meus olhos e o olhei.
– Meu pai me deu seu Mangekyou Sharingan. - Eu fechei os olhos de novo. - Ele nunca poderia apagar o que me fez, mas poderia me dar à chance de viver, certo?
– Ele queria que você matasse... 
Assenti, olhando o horizonte.
– Ele colocou toda sua fé em mim. E eu realmente ia lutar. Tentar salvar pelo menos você, Sasuke. Mas... Não consegui e acho que desmaiei. - disse-lhe. - Você se lembra de como eu estava naquela noite?
Ele negou.
– Toda a força que eu havia feito para não sentir ódio... Foi vã. Toda a raiva que senti se juntou e cresceu... - Cobri os olhos com as mãos. - Me desculpe, Sasuke-kun. Eu o abandonei.
– Por que voltou? - ele perguntou um segundo depois.
– Quando eu tive que ir embora prometi que voltaria. Voltaria forte o suficiente para que ninguém mais fizesse mal a quem eu amava. E você é o único que amo, o único por quem eu morreria.
– Então, por que não me contou que estava viva antes? - Ele parecia aborrecido.
– Eu não podia! Não podia lhe dar falsas esperanças de que sobreviveria. Eu tinha um caminho longo e poderia ser morta nele. E poderia ser morta em uma das missões, ou tentando me tornar uma jounin. E todos tinham que pensar que estava morta, assim você ficaria mais seguro.
Ele suspirou.
– Desculpe, Sasuke-kun. Eu queria poder ter contado a você. Queria ter ficado com você. Sofri todos os anos pensando em você sozinho... Senti tanto a sua falta.
– Eu também senti sua falta. - Me abraçou. - Você evoluiu rápido. – comentou, segundos depois.
– Você também.
– Sei. 
Por que ele tinha que tornar o elogio um insulto?
– Não comece. Evoluir tão rápido tem riscos. O preço é muito alto.
– Não valeu a pena?
– Não. Eu não trocaria nada do que perdi por essa força. Primeiro minha mãe se sacrificando para me deixar viva. Eu nem sei o nome dela... Depois meu pai me dando sua visão privilegiada... Justamente quem me deu essa lembrancinha no braço! Ele nem gostava de mim e agora eu entendo o porquê... Matei a pessoa que ele mais amava. Destruí sua felicidade. Eu era o maior amor para ela e ele não podia aceitar que morresse por mim... “Mera criança amaldiçoada”. – imitei o modo como ele falava, rude e cruel, palavras que doíam como facadas no meu coração. - Ele nunca disse o porquê, nunca falou dela. Mas deixou tão claro... Como fui burra em acreditar que era normal, que a culpa não era minha. Um incômodo para ele. Eu era quem o mais machucava, o motivo de sua infelicidade. Ele a via em mim... Isso o irritava. Como eu, quem a havia matado, podia se parecer com ela?
– A culpa não foi sua. Ele estava errado.
– Ele podia estar errado. Mas se me odiava tanto, se eu lhe causava dor, por que não me deixou com a família da minha mãe?
– Ela podia não ter família.
– Não, ela tem. Eu sei que tem. Talvez não tenham aceitado o amor dos dois. E não aceitariam a mim, claro...
Já anoitecia e isso me lembrou de algo.
– Já está ficando tarde... – eu disse. - Quer jantar? – meu sorriso se abriu (e eu tinha pensado que não sabia mais sorrir!). - Como velhos amigos? – Era isso que éramos não? Ele já devia ter esquecido aquele dia que nós nos...
– Claro. 
Fiquei tão feliz! Por que eu fiquei tão feliz? Não era um encontro! Era um jantar de amigos!
Nós andamos alguns segundos em silêncio.
– Você deve estar cansada. – comentou.
– Eu estou tão ruim assim? – tentei-me auto-avaliar.
– Não é isso. Deve ter andado por horas.
– Horas. – concordei. - Mas isso valeu a pena. - E eu sorria de novo. Sorrir era tão estranho.

***

Notas Finais do Capítulo:
 Espero que tenham gostado! Logo o capítulo dois!

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