terça-feira, 6 de agosto de 2013

A Sobrevivente do Massacre - Capítulo Sete


Notas Iniciais do Capítulo:
Capítulo sete, como prometido! Sem demora, kkk. Bom, esse capítulo pode parecer bobinho, mas vai ser importante no futuro, ok?
Boa leitura!

Capítulo Sete: Recuperação


Sakura me olhava como se me perguntasse o que aconteceria.
– Eu não sei, Sakura. - respondi. - Só sei que vou ter que ir daqui a pouco.
– Vai abandoná-lo quando mais precisa?! - exclamou.


– Tsc. Você não entende, Sakura. Sou uma jounin e se eu ficar aqui o exame vai ser anulado pra vocês... Sasuke nunca me perdoaria. - sussurrei.
– Mas...!
– Mas nada. Eu não farei diferença estando aqui. Não posso parar o selo. E estou ferida. - Será que ela não pensa? Eu mal andei até a caverna trazendo Sasuke. - Eles vão ficar bem Sakura. Só cuide deles até acordarem. 
Me levantei, saindo dali.
Claro que ela me olhou como se eu fosse o monstro da história. Mas não me importava o que a Sakura pensava. Sasuke entenderia.
***
Nota mental: Nunca mais voltar em um hospital.
Estava em um agora. Esse lugar tinha cheiro de gente doente e ferida. Modo de dizer, claro. E minha vez nunca chegava. Estava com dor, risco de ter um pulmão perfurado e eles não me chamavam!
– Hm... - Encostei a cabeça no encosto da cadeira, fechando os olhos.
Depois de um minuto tive a impressão de estar sendo observada. E essa sensação continuou após um minuto.
Abri os olhos, procurando meu observador e vi um garoto, de seus 20 anos, loiro, olhos verdes, sentando pouco a minha frente. Ele não desviou o olhar quando comecei a encará-lo. Na verdade, começou a me encarar mais intensamente, me desafiando a desviar o olhar.
– Perdeu algo na minha cara? - perguntei, um pouco ríspida, com um sorriso cínico.
Ele riu, o sorriso iluminador, apagando o meu sorriso. Bonito, não só de rosto, mas de corpo também, e com um sorriso capaz de me deixar sem reação.
Não pense besteira. Não estava gostando dele, ou algo do tipo. Mas sabia achar as qualidades das pessoas com facilidade.
– Não. Só achei você parecida com alguém que conheço. - Ainda sorria. - Tem alguma irmã ou prima que mora aqui perto...?
– Hm... Não, não tenho família. - respondi. Por que eu estava dizendo isso? Por que não o ignorava? Acho que não poderia, ele estava sendo educado, mesmo depois de eu não ser.
– Desculpe, mas agora fiquei curioso... Qual seu nome? 
– Você nem me disse o seu. - acusei, de braços cruzados.
– É mesmo. - O loiro riu. Riu por ser tão distraído. Se levantou, sentando na cadeira vaga ao meu lado, estendendo sua mão para mim. - Hikaru, e você, doce senhorita? 
Não, ele não estava sendo irônico.
– Naomi. - Apertei sua mão. Não disse meu clã, afinal ele não disse o seu. - Então Hikaru-não-sei-do-quê, o que faz aqui? 
Ele riu novamente e eu dei um sorriso pequeno, mas Hikaru percebeu.
– Bom, Naomi-não-sei-das-quantas, vim ver minha namorada.
– Entendo.
– E você?
– Estou ferida. - murmurei.
– Se feriu em alguma missão, é? Isso é bem difícil quando se tem sua idade.
– Hmpt! Não é difícil quando se faz missões rank S. - rebati.
– É uma jounin? Quantos anos têm?
– Sim e quase 13 anos.
– Uau... Poderia entrar para a ANBU então. - disse-me.
– Basicamente. Então você é um ANBU?
– Eu não deveria dizer isso... Como descobriu?
– Seu nível é diferente.
– Nível? Tem como se sentir isso?
– Eu sinto, principalmente estando do lado da pessoa em questão.
– Isso é coisa de Kekkei Genkai.
– Não sei. Já disse que não tenho família.
– Ninguém veio te atender ainda...
– É...
– Vou dar um jeito nisso. - Levantou e me ajudou a levantar.
– Ai. - Coloquei a mão nas costelas.
– Desculpe. - pediu. - Deixe-me levá-la. - Me pegou no colo, mesmo sem minha permissão.
– Ei! - reclamei.
– Shh! Só estou ajudando para que não perfure nenhum órgão com essas costelas quebradas.
– Hmpt! - Cruzei os braços.
Hikaru me levou até uma sala, empurrou a porta com o pé e entrou.
Uma garota de seus 17 anos, loira, com olhos castanho-amendoados, vestida de médica-nin estava lá.
– Oi, Hikaru. - cumprimentou ela enquanto ele me colocava na maca.
– Oi, amor. - Sabe que dizem que gente apaixonada tem um brilho quando olha pra pessoa amada? Esse brilho era muito perceptível nos olhos dos dois. - Naomi, essa é Kumiko. Kumiko, Naomi.
– Prazer. - disse-me, sorrindo docemente.
– Igualmente. - respondi, com um sorriso menor que o dela.
– Então o que houve com você?
– Eu quebrei algumas costelas, duas ou três, e a perna. 
– Deixe-me ver. - Ela olhou para Hikaru, pedindo que ele saísse.
– Ok. Vejo vocês lá fora. - Saiu pela porta, com as mãos nos bolsos.
– Pode tirar a blusa? - Fiz o que ela pediu. Ainda bem que usava a faixa só onde precisava. - Deite=se na maca agora.
Fechei os olhos enquanto deitava.
– Diga quando doer. - Colocou a mão nas minhas costelas e foi pressionando.
– Aí. - afirmei.
– Então, são três costelas quebradas. - Deu uma pausa, como se anotasse a informação. - Agora a mesma coisa com a perna.
Ela foi tocando minha perna, o joelho, o tornozelo, até a minha canela.
– Bem aí. - avisei.
– Certo. Você vai ter que ficar uns dias aqui no hospital. 
– Ah, não... - resmunguei.
– Não é tão ruim assim... Uma semana no máximo. - Sorriu pra mim.
– Mas o exame chuunin já vai ter terminado. - acrescentei. - Não posso ficar em casa?
– Há alguém pra cuidar de você?
– Não...
– Então vai ter que ficar. - Agia como se fosse minha mãe.
– Tsc. Não posso ficar até depois do exame chuunin. Tenho que sair antes.
– Alguém importante pra você no exame? - indaguou e deu uma risadinha, típica insinuação.
– Alguns amigos e meu namorado.
– Oh, eu adoro esse romance entre jovens! - Kumiko sorria, parecia não cansar nunca de fazer isso.
Enquanto me enfaixava, contava como havia conhecido Hikaru.
– Ele era como um amigo mais velho, sabe? Mas depois percebi que o amava... Um amor que só percebi quando fiquei mais velha. Sabe como é, crianças não percebem quem amam de verdade. - Riu. - E Hikaru sempre cuidou de mim, mas que meu próprio irmão... Eu não havia percebido que ele gostava de mim, apesar de tudo isso.
Essa historia me lembrava algo, sabe? Só não sabia o quê.
– Terminei. - avisou. - Você ficará no quarto 61.
– Obrigada, Kumiko-san. 
– Não foi nada, Naomi-chan.
Depois fui carregada no colo de novo até o quarto por Hikaru, claro.
– Você sempre ajuda as pessoas estranhas? - questionei enquanto ele me sentava na maca.
– Nem sempre. - Nem ligou pro meu deboche. - Só as garotinhas doces como você. - Sorria e eu acabei sorrindo também. - E que têm sorrisos lindos como o seu. - completou e eu ri. - Não estou brincando.
– Eu sei. Mas... Sério, por que me ajudou?
– Precisa-se ter segundas intenções pra se ajudar?
– Não. Mas, sei lá, você nunca me viu. Sou uma completa estranha, uma Uchiha que há pouco tempo nem estava aqui em Konoha.
– Naomi-chan, eu não tenho irmãs, mas, acho que se tivesse, elas seriam como você. - Sorriu sinceramente e eu sorri de volta.
– Obrigada, Hikaru-nii-san.
– De nada, mana. - falou e me deu um beijo na bochecha. - Venho visitar você logo.
– Espero. - falei, vendo-o passar pela porta.
Deitei-me na cama, fechando os olhos e tentando dormir. Me machucar havia me deixado cansada.
***
Acordei no dia seguinte me sentindo bem melhor, mas logo fiquei mal, lembrando-me que estava no maldito hospital.
– Bom dia. - cumprimentou Kumiko, trazendo meu café da manhã (comida de hospital, eca) após eu ter apertado impacientemente três vezes o botão do aviso.
– Bom dia. 
Ela colocou a bandeia sobre as minhas pernas.
– Você tem visita. - afirmou.
– Quem é? - perguntei.
– Sou eu, Naomi-chan. - Kakashi entrava no meu quarto.
– Kakashi-san. - surpreendi-me. - O que faz aqui?
Kumiko saiu, deixando-nos à vontade.
– Soube de ontem. - falou.
– Ah, não... Não veio me dar lição de moral, veio? 
Ele negou.
– Lie. Quero saber como se sente.
– Mal, claro. Perdi meu controle. - sussurrei.
– Entendo.
– Isso é horrível. Eu... Joguei fora tudo contra o que lutava. Nada de vingança. E o que eu fiz? Quis me vingar!
– Não foi uma reação racional, Naomi-chan. Você agiu de acordo com o selo.
– Eu sei. Por isso me sinto tão mal.
***
Durante dois dias, Hikaru me visitou à tarde, perto do último horário de visitas.
– Kumiko-san me disse algo. - contou pra mim, com um sorriso.
– O quê? - indaguei.
– Você vai ser liberada amanhã.
– Isso sim é uma boa noticia! - comentei, sorrindo. - Antes do exame.
– Você se curou rápido. Três dias, contando amanhã.
– É, eu sempre fui assim. Genética, acho.
– Quer que eu esteja aqui pra levá-la para casa? - ofereceu.
– Não, não. Já dei trabalho demais e...
– Não deu trabalho nenhum.
–...Eu sei me cuidar sozinha. Faço isso há muito tempo.
– Como você é orgulhosa. - reclamou. - Aposto que mal consegue andar direito.
– E você vai me levar no colo até a minha casa? Não, obrigada. Você já fez demais.
– Então tá.

***

Notas Finais do Capítulo:
Gostaram? Eu sei, bobinho e tudo, mas necessário. Logo posto o capítulo oito! ;)
Tenham uma boa semana ^.^

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