Oi, pessoal! Então, na minha opinião, esse foi o melhor capítulo da fic escrito da 1ª temporada até agora (tenho uma queda pelo último dessa temporada também). E é o maior da temporada, por isso vou dividi-lo, kkk.
Enfim, boa leitura!
Capítulo Onze: Brigando com o Líder do meu Clã - Parte I
Usávamos taijutsus agora. Akemi havia me emprestado sua katana (que pra falar a verdade, era bem melhor pra se mover do que a minha antiga).
Teve uma coisa que notei na espada. Havia um nome escrito, Taiho, e o símbolo, o mesmo das costas do garoto, uma fênix.
– Então é esse o nome... - murmurei, ferindo mais um ninja.
– Nome do quê? - indagou Akemi, jogando uma kunai em outro.
Já lutávamos há algum tempo. Um longo tempo. Eu nunca havia visto uma guerra antes. Tanto sangue e mortos (nem se comparava com o massacre Uchiha)... E o som da batalha, gritos, kunais batendo uma nas outras, continuariam na minha cabeça por pelo menos duas semanas depois de tudo isso.
O Hokage não estava tão bem e o aperto no meu coração crescia mais e mais. Orochimaru havia o acertado com uma espada e o Sandaime usava uma técnica de selamento.
Pelo menos os ninjas estavam acabando.
Vários minutos depois...
O estádio estava destruído e agora tinha uma coloração vermelha.
Todos os shinobis próximos estavam ali. O corpo do Hokage no chão.
Akemi tinha a mão no meu ombro, tentando me confortar.
Eu gostaria de poder chorar, mas as lágrimas não saiam, deixando uma pressão dolorosa no meu peito, prestes a explodir.
O silêncio cortante, o ar pesado. Todos sentiam a grande perda.
A perda era bem diferente pra cada um. Um sensei, um avô, um pai, um amigo... O Hokage, um grande herói.
Mas pra mim, além de tudo isso, ele era um exemplo. Alguém que morria pelos seus, esse sim era digno de ter o nome Hokage. Um verdadeiro shinobi.
Foi por isso que eu segui esse caminho, mesmo contra a vontade do meu pai, dos Uchihas, das pessoas da vila. Desde pequena eu queria proteger todos os que amava.
Dois dias depois...
Todos estávamos no enterro do Hokage. O neto dele, Konohamaru, chorava. Acho que era o único que demonstrava seus verdadeiros sentimentos.
Estava ao lado de Sasuke e Sakura ao seu lado.
Akemi estava próxima também, mas ao lado de Kakashi (ela ainda estava tentando algo com ele).
Senti uma mão no meu ombro, mas agora era outra pessoa.
– Naomi-chan, preciso falar com você. - avisou Hikaru. Seu tom de voz era sério.
Em um vulto, Akemi estava ali, tirando a mão dele do meu ombro com um tapa.
– Não toque nela. - ordenou, ameaçadora, mas mal passava de um sussurro. Poucas vezes a havia visto tão brava.
– Calma, eu não quero... - começou a dizer.
Todos olhavam a discussão.
– Vamos parar com isso agora. - mandou uma voz conhecida. - Dois shinobis da folha brigando é uma vergonha. - E lá estava a tal Sayumi, entre os dois agora.
– O que há com vocês? - perguntei. - Estamos no enterro do Hokage.
– Preciso falar com você. - repetiu Hikaru, claramente excluindo Akemi da conversa. - Ou precisa de uma babá? - Sorriu debochado, tentando me irritar.
– Ela é minha sensei. E vamos conversar. - garanti, sem perder a calma. - Mas depois. - Dei-lhe um sorriso igual ao seu, vendo o dele desaparecer.
– Não escutou, garota? - indagou Sayumi, um tanto irritada. - Ele precisava conversar agora com você.
Por que será que essa mulher não gosta de mim, hein? Eu fiz alguma coisa com ela por acaso?
Respirei fundo, querendo dar um fim nisso logo.
– Vamos logo então.
Começamos a caminhar pra longe dali. Akemi foi junto, pouco se importando que os dois não quisessem ela ali.
Paramos em cima do telhado de uma casa vazia no clã Uchiha.
– O que quer? - perguntei.
Hikaru encarava Akemi. Os dois não se gostavam mesmo.
– Qual o problema com vocês? - inquiri.
– Não gosto do seu interesse pela Naomi-hime. - Akemi afirmou para Hikaru.
Eles me ignoravam, que divertido.
– Não gosto do seu interesse. - rebateu. - Não abandonou nossa vila para não ver mais nossas caras?
Mais um pouco e teríamos que separar os dois.
– Abandonar a vila? - perguntei, olhando para ela.
– Eu e sua mãe éramos amigas. Eu vi toda a injustiça que fizeram com vocês. E abandonei o clã.
O que mais minha sensei enconde de mim?
– E Naomi não é como vocês. - Akemi afirmou. - Ela nem deverá olhar na cara do seu maldito clã depois que souber de tudo. Jovem demais pra saber toda a maldade que seu clã já fez. Seu pai não é um santo.
– Não fale do meu pai!
Estavam perto de se baterem, mas eu entrei no meio dos dois, separando-os.
– Parem. Vocês. Dois. - ordenei, irritada. - Isso está me deixando com dor de cabeça. Vocês não vão querer me ver de mau-humor. - avisei, com uma cara um tanto psicótica.
Sayumi bufou, virando as costas pra mim, mas eu ignorei. Hikaru ficou quietinho e sentou no telhado. Akemi suspirou, sentando na outra ponta do teclado.
Eu respirei fundo e soltei o ar devagar.
– Ótimo. - elogiei. - Vamos agir como ninjas civilizados. O que queria dizer, Hikaru?
– É um recado, na verdade. - contou. - O líder do nosso clã quer falar com você...
– Eu sabia! - exclamou Akemi.
–... amanhã. - continuou. - E explicar tudo.
– Explicar tudo? - repeti, sarcástica. - Depois de tantos anos? - Ri sem humor nenhum. - O que ele quer de mim? Não vou me vingar por vocês terem me abandonado, nem ligo pra isso. Pode dizer que não vou lá arrumar uma guerra.
– Pensei que quisesse saber mais sobre sua família... - disse, mas eu o interrompi.
– Minha família foi assassinada! Não tenho mais nenhuma, já disse a você!
– Está agindo como uma criança! - gritou, se levantando, irritado, ficando de frente comigo, como se fôssemos nos enfrentar. - Não sabe nada sobre nós e não quer saber! Vai ficar guardando rancor por um erro para toda a vida?!
– Não guardo rancor nenhum. - garanti. - E por que está nervoso desse jeito? Eu deveria ficar assim. Você teve seu pai e sua mãe, bastante amor. E eu? Depois que meu pai morreu não me restou nada. Uma casa, um lar, nem amor eu tinha... Todo o meu ódio, a minha raiva... - Eu balancei a cabeça. - Você não sabe o que eu passei! Não sabe nada sobre mim! Não venha me julgar! Falar da minha dor! - Ele se afastou um pouco, receoso com meu ataque de raiva. - E a única criança aqui é você! Que não sabe o que é a verdadeira dor! E nem tenta entender!
Todos me olhavam, inclusive Sayumi, chocados com minha reação. Eu nunca havia perdido tanto a calma. Mas eu estava cansada de todos dizerem que é fácil superar a dor, sempre dizendo que estava errada. Pisando nos meus sentimentos! Eu sou humana, droga! Não tive tempo pra esquecer nada! Não pude chorar quando queria! Sempre escondendo sentimentos, fingindo-me de forte! E todos nunca percebem o que eu sinto, que minha dor nunca passou, nunca aliviou. Sempre pior...
Senti as lágrimas saírem dos meus olhos e mesmo que eu quisesse controlá-las, não conseguiria. E eu nem tentava, só virei-me de costas pra todos, deixando-as caírem.
– Eu... Nunca tive uma vida fácil. - murmurei, secando algumas lágrimas. - Desde pequena, tudo sempre foi pior pra mim. Eu simplesmente não posso ficar sempre apanhando, sem dizer nada. Não posso sorrir quando estou triste e as pessoas me acham insensível por causa disso. Eu sinto muita dor, bem aqui. - Bati no meu peito. - Sofro internamente porque não quero a pena de ninguém. É melhor que pensem que sou orgulhosa, fria... Que me odeiem, nem ligo. Mas quem me conhece de verdade, sabe que sou diferente do que os outro veem. Adoro estar próxima, abraçar, sentir que gostam de mim. Gosto de demonstrar o que sinto em ações, em olhares, sorrisos, expressões. Palavras são apenas sons, podem ser verdade hoje e amanhã mentira. Sou uma Uchiha, sim, mas sou a Naomi em primeiro lugar, a garota que sempre tenta ser melhor, que erra muito, mas tenta concertar. Aquela que só os amigos conhecem o sorriso, que é péssima em dizer o que sente, mas ama demonstrar. A que ajuda a quem precisa, mesmo que não seja amigo. E a partir de agora não vou levar nenhum desaforo pra casa. Vou fazer o que me der vontade, sem pensar nos outros, só em mim mesma e nos meus amigos. - Pulei para o telhado de baixo e comecei a correr para longe deles. Depois falaria com a Akemi-sensei.
Queria mais era ficar perto de pessoas da minha idade, sabe? Amigos... Nem perto da minha sensei eu queria estar, não depois de falar tantas coisas assim. E minha casa era onde ela estava esses dias, no quarto de visitas.
De telhado em telhado, fui andando, tentando controlar a droga das lágrimas, que até um certo momento deu certo. Mas não foi o suficiente, logo senti tudo saindo pra fora, soluços, choro, dor... Acabei sentando ali mesmo, em cima dessa casa, que nem sabia de quem era, longe o suficiente de pessoas da vila.
Me assustei com o barulho que eu fazia. E quando tentei fazer parar, minha garganta começou a se fechar, então desisti e deixei sair. Acabei deitando, de olhos fechados, sentindo o Sol no corpo.
Me senti mal alguns segundos depois, não devia ter brigado com Hikaru. Ele sempre fora tão bom comigo. Eu, no lugar dele, defenderia a minha família também. Devia estar me achando uma louca, desequilibrada. E o choro foi parando, acalmando.
– Ei, garota. - chamou alguém, tapando boa parte do calor do Sol. - Você está bem?
Abri os olhos, passando a mão no rosto, me livrando dos vestígios das lágrimas. Haviam dois garotos ali, um era o Shikamaru (o que falou comigo), e o Chouji, comendo algo doce, que reconheci só segundos depois... Dangos. Há quanto tempo não comia um doce? Parecia até um adulto chato.
– Sim, estou bem. - garanti, me sentando e sentindo a dor de cabeça, por ter chorado demais. - Ai.
– Você estava chorando. O que houve? - perguntou Chouji. Que emoção, está se preocupando comigo. Isso é tão raro. Devo estar naqueles dias, impossível. Estou sensível demais.
– Não foi nada demais. - falei, sorrindo.
– Problemas com a família? - adivinhou Shikamaru, sentando ao meu lado.
– Como sabe? - Raramente alguém sabia que eu estava mal, mas saber o porquê de eu estar era impressionante. Nem mesmo Sasuke saberia.
– Sei como é. - afirmou com um sorriso. Eu sorri mais ainda.
Chouji sentou do meu outro lado e me estendeu um dango.
– Vai ajudar a passar a tristeza. - disse, sorrindo. O engraçado era que, do nada, me sentia feliz de novo.
Peguei o doce, agradecendo. Shikamaru pareceu achar isso estranho. Talvez porque eu aceitei ou porque o garoto não dá seus doces para ninguém. Talvez os dois.
– O que foi? - indaguei e comecei a comer o doce.
– Nunca vi Chouji dividir doces com ninguém. E é engraçado ver uma garota comendo um.
– Não gosto de regular o que como. - Dei de ombros. - Mas muitas garotas fazem isso.
– Não é o que Ino diz. - comentou o outro.
– Sinceramente, me respondam uma pergunta. Vocês, como homens, gostam de esqueletos, tábuas lisas ou curvas, carne?
– Curvas. - responderam os dois juntos e eu ri.
– Está vendo? Por isso que é difícil eu ter amigas mulheres. Homens são fáceis de entender.
– Você é diferente. - concordou Shikamaru. - Não parece tão problemática.
Sorri, encarando como um elogio.
– Obrigada.
– Você... Não é a namorada do Uchiha Sasuke? - perguntou Chouji.
Será que todo mundo me conhece como a namorada do Sasuke aqui? "'Quem é aquela?' 'Ah, é a namorada do Uchiha Sasuke!'".
– Sou. Meu nome é Naomi. - apresentei-me.
– Como você suporta aquele garoto? - Nem havia percebido, mas Shikamaru olhava as nuvens, deitado. - Ele é muito frio.
Eu ri também, assentindo.
– Isso é com os outros... Sasuke comigo é bem quente... Ahn, quer dizer, amável. - Devia ter corado.
– Parece até um milagre. - murmurou Chouji.
– A maioria dos Uchihas eram assim... Sérios, frios... Eu mesma, ás vezes, sou assim.
– Mas é bem difícil imaginar Uchiha Sasuke sendo carinhoso, abraçando... - continuou Shikamaru.
– Vocês se beijam? - perguntou Chouji, interrompendo a fala do amigo, e deixando um silêncio constrangedor.
– Sim. - respondi, tentando cobrir minhas bochechas coradas. Que garoto direto.
– Ah... Deve ser legal... Ter uma namorada como você...
Corei mais ainda, mas dessa vez olhei para ele. Chouji parecia se sentir um pouco deprimido agora.
– Tão legal e bonita... - continuou, ainda triste.
– Ei, Chouji-kun, não fique deprimido. - pedi, passando o braço por seus ombros, o que o assustou um pouco, acho que não estava acostumado. - Em algum lugar você vai encontrar uma garota bem legal.
– Quero sua opinião sincera, Naomi-chan... - parou de falar, deixando a frase no ar.
– Sim? - incentivei.
– Como uma garota, você namoraria comigo?
Fiquei surpresa com a pergunta. Percebi Shikamaru olhando para meu rosto, esquecendo as nuvens.
Nem precisei pensar.
– Claro. - falei com um sorriso, o que o surpreendeu novamente.
– Está dizendo isso para não me ferir. - murmurou um segundo depois. - Não sou como o Sasuke...
Entendi o que ele queria dizer: Não sou bonito ou popular como o Sasuke. Claro que eu não achava isso. Ele era bem bonito.
– Ei, ei. - Balancei a cabeça negativamente. - Acha que gosto dele só porque é bonito? Ou popular? - Ele não respondeu. - Vou dizer algo para os dois, eu não vejo beleza como vocês. Eu não posso vê-la direito, sei que ele é bonito, mas não vejo o quanto. E popularidade é uma coisa que odeio, só atrai falsidade. Gosto das pessoas pelo que vejo dentro delas, pela suas ações. E posso dizer que é o que importa pra mim, simplesmente isso. Acho que por isso Sasuke gostou de mim. As outras garotas nunca o conheceram direito, só veem a beleza. Isso sim é muito irritante.
– É a mesma coisa com você, não? - Shikamaru voltou a ver as nuvens.
– Era. Por isso gosto daqui. Os garotos não correm atrás de mim. - Dei uma risada, pensando na cara de Sasuke vendo um grupo de garotos me cercando e o empurrando para o canto, para longe de mim. Ciumento como é, acabaríamos em uma grande discussão.
O resto do tempo passamos vendo as nuvens e dizendo o que víamos. Com certeza, agora nós éramos amigos.
***
Já era quase fim de tarde quando me despedi dos garotos e comecei a voltar para o clã Uchiha. Não para minha casa, mas sim para a de Sasuke. Sentia falta de passar um tempo com ele.
Bati em sua porta. Logo ele a abriu e eu sorri, entrando. Depois de fechar a porta, ele já colou nosso lábios, sem dizer nada e nem me deixou dizer.
– Oi. - cumprimentei depois, ofegante. Parecia que eu não era a única que sentia falta de um tempo pra nós dois.
– Finalmente veio me ver. - reclamou. Não parecia zangado, mas sim preocupado. - O que houve com você? Sua sensei disse que você estava correndo por telhados e que não queria companhia. Fiquei preocupado. - disse tudo de uma vez.
Suspirei. Akemi podia ter dito mais coisa não? Assim quem sabe Sasuke chamasse a ANBU pra me rastrear.
– Eu estou bem. - afirmei. - Só houve uma discussão com o Hikaru.
– Eu não gosto dele. - murmurou. Ciúmes, talvez? - Ele parece querer ficar muito perto de você.
Caminhamos até a sala, Sasuke se sentou e eu deitei, colocando a cabeça no seu colo.
– Ele é meu primo. - contei a ele. - Primo de 1º grau.
– E o que tem? Tantos primos namoram primas. - Ele balançou a cabeça, parecendo querer desfazer a imagem que se formou em sua mente.
Fazia carinho no meu cabelo e segurava minha mão.
– Ele tem namorada e eu também tenho um. - disse-lhe e um segundo depois me veio algo à cabeça. - Será que nós somos parentes tão próximos assim? Você sabe que isso interfere... - Deixei a frase no ar, sem continuar, mas achei que Sasuke não percebeu. Ainda bem.
– Acredito que não. Seu pai nunca ligou pra nossa amizade, nem meus pais...
Eu podia dormir de tão bom que estava o cafuné.
– Amizade, claro. Mas meu pai nunca deixou outros garotos se aproximarem de mim. Pode ser exatamente o contrário.
– Não pense nisso.
– Estou quase dormindo aqui. - afirmei com um sorriso um tanto sonolento, fechando os olhos.
– Não seria tão ruim... Você dormir aqui. - respondeu.
Abri os olhos.
– Sasuke, Sasuke... Você não tem a mínima ideia do que os outros pensam de nós? - Ele é meio inocente, não? - Nós dois não temos ninguém pra ficar nos vigiando... Sozinhos... Entende? - Eu estava corada, esperando que ele não percebesse.
– Ah... Mas o que eles pensam realmente importa? - Achei que vi ele ficar um pouco corado.
– Não. Mas acho que é melhor deixar como está. - Senti o vazio no meu estômago. - Hm, estou com fome.
Dez minutos depois...
– Você realmente cozinha bem. - elogiou Sasuke.
Nós estávamos jantando.
– Só fiz uma comidinha simples. - discordei.
– Tem gosto de comida caseira. De casa.
Eu ri. Casa agora tem gosto?
– Obrigada.
Depois ficamos abraçadinhos. Era bom nessas épocas que faz um friozinho à noite.
– Então você passou à tarde conversando com o Shikamaru e o Chouji. - Sua voz saia muito próxima da minha orelha.
– Uhum. - concordei. - Eles são legais. Mas nós ficamos vendo nuvens na maior parte do tempo, enquanto comíamos doces. Já fez isso? É divertido. - comentei, sorrindo.
– Não. E não gosto de doces.
– Eu sei. - suspirei. - É bom relaxar às vezes.
***
Cheguei em casa nem era tão tarde, mas tudo estava silencioso demais. As luzes apagadas.
Suspirei, caminhando até meu quarto.
A minha janela estava aberta, só um pouco, e a luz da lua iluminava um pequeno pedaço de papel, em cima da minha cama, quase no centro. Um bilhete.
Tora o observava, estando ao seu lado, também em cima da cama, como se o guardasse pra mim.
Minhas sobrancelhas se juntaram em confusão. Quem havia deixado aquilo ali?
Fui até a beirada da mesma, pegando o misterioso papel.
Sorri vendo a assinatura no final. A caligrafia bem bonita.
“Naomi-chan,
Desculpe por mais cedo. Eu sinto ter lhe magoado. Mas, por favor, venha amanhã me encontrar na saída vila, às oito e meia. É importante que escute o que nosso líder tem a lhe falar. Espero que perdoe seu tolo nii-san...
Hikaru”.
Respirei fundo, rindo. Como se eu fosse guardar rancor do meu tolo nii-san. Só agora percebi que gostava muito dele e era o mesmo com ele. Irmãos. Não queríamos ver um ao outro sofrer.
Decidi no mesmo instante ir logo a essa reunião familiar. Não seria tão ruim assim, seria?
Poucos minutos depois, eu adormeci. Estava cansada, acho que perder alguém especial nos faz sentir assim, e o som de Tora dormindo tranquila ao meu lado ajudava muito.
Continua...
***
Logo, provavelmente amanhã, posto a outra parte! Espero que tenham gostado dessa.
Bom começo de semana e que o final chegue logo para a felicidade mundial, kkk.
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